Parte I
ABRIR A GIRA
Abrir a gira - significa o momento do início ou da abertura dos trabalhos nos Terreiros de Umbanda. Em sentido oposto, 'fechar a gira' é o ato de encerrar uma sessão ou uma cerimônia em que tenha havido formação de corrente vibratória, ou seja, encerrar os trabalhos no Terreiro.
ADJÁ
Adjá- é uma campainha (sino), desbloqueadora de campos mentais, usada nas cerimônias de terreiro. Só pode ser usado peloDirigente Espiritual ou por alguém de extrema confiança do Dirigente. No desenvolvimento mediúnico, quando tocado próximo ao médium que está se desenvolvendo, faz com que o Orixá ou Guia Espiritual se aproxime mais da incorporação, fazendo com que o médium adormeça o mental, conectando-o com o Astral Superior. Também é utilizado para decantar energias nocivas dos médium e, no amaci e nas oferendas, serve para concentrar a energias dos Orixás. Pode ter de 1,3,5 ou 7 campainhas.
AGÔ
Agô significa pedir licença, permissão ou mesmo proteção a alguma Entidade, Orixá, ritual ou Mãe/Pai de Santo. Tudo que realizamos no Terreiro tem que ter o agô dos Guias Espirituais da corrente e dos nossos. O pedido de agô representa, também, a humildade do filho-de-fé perante a religião e os seus preceitos. Ex.: pedir agô (licença) para adentrar ao Terreiro. Ex.: Pedir agô (proteção) de todos os Orixás, para termos saúde, abundância e prosperidade em nossos caminhos e também a misericórdia da atuação Deles nos trabalhos.
AXÉ
A palavra Axé é de origem Iorubá (“àse”) e é muito usada nas Casas de Umbanda e de Candomblé, tendo alguns significados próprios.
Axé é energia bendita, princípio da vida, força sagrada dos Orixás!
Axé significa "força, poder, realização". Para o povo Iorubá, o verbo mais importante é o realizar. Um homem vem ao AIYE (o Planeta Terra) para ‘realizar’, deixar a sua lembrança - é assim que ele será recordado por sua descendência: através de suas realizações. Nada é feito sem o apoio dos Orixás, porque é através da força que flui Deles para nós que essa realização ocorre em sua plenitude.
Axé também pode significar “Vida” e tudo que tem vida, tem uma origem, um início. Chamar à vida é chamar o Axé, a raiz que vem dos antepassados. Os Orixás são Axé, os Orixás são Vida. Na tradição dos Orixás, axé também pode significar a "força das águas, do fogo, da terra, das árvores, das pedras," enfim, de tudo que tem vida, pois a Umbanda celebra a vida e a toda a força que dela advém, ou seja, o seu próprio ritual, é o próprio Axé.
O termo Axé ainda pode significar a própria Casa religiosa (o Terreiro de Umbanda, o local físico). Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé (Iyálàse), ou seja, “Mãe do Axé” ou a pessoa responsável pelo zelo do Axé ou força da Casa de Orixá. Nesse sentido, axé é o poder, o carisma e a sabedoria nas coisas-do-santo advinda da senioridade da Mãe/Pai de Santo e que, estes, transmitam de forma magistral, a todos com quem sintonizam.
Também emprega-se o axé como sendo o conjunto material de objetos que representam os Orixás quando Estes são assentados, fixados nos seus altares particulares para serem cultuados. São as pedras e os ferros dos Orixás, suas representações materiais, símbolos de uma sacralidade tangível e imediata.
Ainda é empregada para sacramentar certas frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: - “Eu estou muito bem.” Outro responde: -“Axé!” Esse “axé” aí dito equivaleria ao "Amém" do Catolicismo (“que Deus permita", “que assim seja”). Em sentido mais liberal, usamos a saudação "axé" como uma bênção, cumprimento ou denotação de "fique em paz, força, boa sorte", dando uma conclusão positiva ao final de um texto ou de um cumprimento. A todos, axé!
BABÁ
Babá é um termo carinhoso que significa pai ou mãe. IALORIXÁ (ou YALORIXÁ) é a Mãe, a Chefe feminina do Terreiro no Candomblé; tendo na Umbanda a designação de Mãe ou Zeladora de Santo, , aquela que orienta a vida espiritual dos médiuns, filhos de fé e assistência do Terreiro. BABALORIXÁ é o chefe masculino do Terreiro no Candomblé. Na Umbanda, é o Pai ou Zelador de Santo (não deve ser confundido com Babalaô, que é o sacerdote do Candomblé que detém o segredo do Culto de Ifá (búzios- quem tem a permissão de abri-lo).
CAMBONO (ou CAMBONE)
Cambono ou Cambone é o/a auxiliar dos médiuns de incorporação e dos Orixás. É, também, o médium que auxilia o consulente (leigo) a entender as Entidades, sendo uma função muito árdua e pouco valorizada pela vaidade dos médiuns de pouca fé, mas de extrema valoração pelos Falangeiros e umbandistas sérios.
CONGÁ
Congá (Gongá ou Congar ou Jacutá) é uma palavra de origem banto, no qual se denomina o altar sagrada da Casa religiosa. Nele ficam as imagens dos santos católicos sincretizados com os Orixás e também de Falangeiros. Alguns entendem que ‘congá’ seria o mesmo que ‘peji’ (ambos seriam o ‘altar’); enquanto para outros há uma diferença: ‘congá’ seria a sala principal do Terreiro (ficam os médiuns) e ‘peji’ seria o altar.
HORA GRANDE
Dentro dos fundamentos da Umbanda encontramos o mistério das horas planetárias e sua ação dentro da estrutura espiritual no plano físico. Como todos sabemos, a luz solar é um elemento energizador que promove uma limpeza, uma “varredura” espiritual no plano físico (por isso, é comum se dizer que o sol é vida, que devemos deixar as janelas abertas para que o sol entre em nosso lar, pois ele é um fator importante para a nossa saúde). Enquanto a ausência da energia solar propicia o acúmulo de energias deletérias (a escuridão, a falta de luz favorece a depressão, o desânimo, o cansaço, as energias densas também). Por isso, grande parte dos trabalhos de magias negativas são realizados no período de maior escuridão, na hora grande, à meia-noite.
Na Umbanda, são consideradas ‘horas grandes’ ou ‘horas fechadas’, o horário em que não devemos praguejar, nem manter pensamentos negativos, pois são horários de forte impacto energético ao ser humano em que atraímos com maior facilidade a mesma forma de energia com a qual vivemos e emanamos, pela lei universal da atração dos afins. São horas grandes: o meio-dia e a meia-noite.
O meio-dia é o momento em que temos uma maior exposição solar, energética e magnética, onde as vibrações Crísticas e solares estão mais fortes, puras e elevadas, é a abertura do portal de Oxalá. A meia noite é o horário de maior atuação dos vigilantes planetários, pois é a hora mais propícia para os seres de vibrações mais densas terem acesso ao nosso planeta para que possam se despertar do seu torpor e serem encaminhados pela equipe de socorristas noturnos (Exus e Pomba-Giras) aos seus locais de recuperação e refazimento, sempre dentro da Lei Maior e do merecimento de cada um, é a abertura do portal da misericórdia ou Portal de Omulu.
A meia-noite é a hora mais crítica, pois na crosta do nosso planeta há uma legião de desencarnados (que talvez seja maior do que o número de encarnados). E esses desencarnados, por vezes, sentem-se atraídos pelos pensamentos das pessoas que se deixam levar pelo ego, inveja, preconceito e todo tipo negativo de energia. Esses desencarnados estão imantados na crosta terrestre, vivendo como se fossem ainda encarnados/vivos, por não conseguirem se desapegar dos prazeres e sofrimentos do mundo dos encarnados (suas mentes não conseguem aceitar a transição, mantendo-se entre os seres humanos, influenciando-os e, por vezes, obsediando-os, no sentido de que os encarnados e desencarnados se ligam por vínculo de afinidade: poderíamos até dizer que, na maioria das vezes, são os vivos que obsediam esses desencarnados sofredores, pois os vivos, com os seus medos e sentimentos deletérios acabam atraindo seres espirituais que se encontram na mesma sintonia que eles, ocorrendo isso por força da lei divina da afinidade – os vivos funcionariam como imãs que atraem esses desencarnados). Mas não há ser humano imune totalmente dessas influências, pois somos todos muito imperfeitos e, por isso, sofremos essa atração quando não nos vigiamos.
A hora grande de maior debate na Umbanda é exatamente a hora da meia-noite, pois a lua se esconde, no sentido de que a nossa consciência se apaga, não está mais de vigília. É o horário ‘melhor’ para a atuação de Exu e Pomba-Gira, nossos Guardiões da Luz que atuam à Esquerda, pois é a hora em a maioria dos humanos está em desdobramento natural: veja, enquanto o corpo dorme o sono físico, o corpo astral busca satisfazer as sensações reais do encarnado – quando dormimos, a nossa ‘sombra’ se revela, pois não adianta a pessoa disfarçar, viver o que não é, pois ao dormir, em desdobramento, o seu corpo astral vai de encontro às sensações naturais e verdadeiras que o atraem pela afinidade – ‘a consciência se apaga’. Por isso se diz que a hora grande é a hora de Exu, pois é uma hora em que a vibração encontra-se mais densa no planeta, momento em que os nossos Guardiões mais atuam, exatamente no lado que nós queremos esconder dos outros, nos nossos recalques, nas nossas sombras, Deles não conseguimos esconder absolutamente nada, pois eles veem a nossa verdadeira natureza.
MACUMBA
Quando os portugueses trouxeram os africanos como escravos para o Brasil, trouxeram também os seus hábitos, danças, crenças e costumes. Na cultura africana, a ‘macumba’ é um instrumento musical de percussão, da espécie do reco-reco, e quem tocava esse instrumento musical era chamado de ‘macumbeiro’. Os escravos usavam esse instrumento, a macumba, em seus rituais religiosos quando, ao final das colheitas, lhes era permitido dançar ao som de seus ritmos africanos. Porém, de forma pejorativa, os senhores escravocratas passaram a denominar os cultos dos escravos nas senzalas como ‘macumba’.
Mesmo depois da libertação dos escravos, como o ser humano carrega em sua raiz a maldade, muitos continuaram depreciando a crença dos negros (que, apesar de libertos, ainda eram tidos como pessoas de menor importância). Assim, com o avanço do Candomblé no Brasil, os ignorantes passaram a menosprezar a religião, atribuindo-lhe um peso negativo ao achincalhá-la de ‘macumba’ (ritual de feitiçarias) e aos seus discípulos de ‘macumbeiros’, como um sinônimo de feiticeiros. Contudo, o que poucos têm conhecimento é que macumba é o nome de um antigo instrumento musical que, outrora, era usado em alguns Terreiros afro-brasileiros. Então, os seus simpatizantes, às vezes, diziam: ‘vamos à macumba’ no sentido de que iriam à gira de Candomblé onde se tocava a macumba. Atualmente, o termo ‘macumba’ também é usado de forma aviltante por ignorantes para denominar os despachos e oferendas aos Orixás.
MALEME
Maleme é um pedido de socorro, clemência, misericórdia ou perdão, que pode ser feito diretamente, ou através de cânticos ou preces. Uma frase de muito efeito que deveria ser repetida, cotidianamente, por todos nós, para o nosso próprio proveito: “Peço maleme a todos os meus inimigos, e por todos eles, para que saiam do negrume da vingança e encontrem a fonte fecunda e clara do amor e da caridade, pois assim, eu também poderei usufruir dessa paz que reinará.”
PAÓ
Paó (pronuncia-se paô) – é uma contração de “ìpatewó” (ioruba) que significa aplauso. Na Umbanda, trata-se de uma sequência ritmada de palmas (três batidas) em que saudamos ao Orixá e ao Guia Espiritual. Deve ser realizado sempre que invocamos uma Entidade, como também em banhos, fundamentos e rezas, atuando também como pedido de permissão ao trabalho e de licença. O som emanado das palmas é um importante condutor do poder do axé dos Orixás, havendo uma integração de poderosas energias. Para saudá-los, devemos pronunciar o seu nome e bater três vezes os quatro dedos da mão direita sobre o centro da mão esquerda, deixando o polegar de fora. Infelizmente, esse importante ato de bater palmas está sendo ignorado por muitos umbandistas, sendo substituído por braços cruzados e bocas torcidas por aqueles que ignoram o poder das mãos.
POMBA-GIRA ou POMBOGIRA
Muito se fala sobre a origem do nome, havendo algumas versões.
Alguns autores narram que o nome ‘Pomba-Gira’ ou ‘Pombogira’, usados atualmente na Umbanda e em cultos afro-brasileiros como o Candomblé, é uma corruptela de Pambú Njila - o Orixá Guardião dos Caminhos e das Encruzilhadas, no culto de nação Bantu, da língua Kimbundu. Portanto, seria Pambú Njila para o guardião Bantu semelhante ao Exu Nagô e Pomba-Gira para a Guardiã Umbandista, a Rainha das Encruzilhadas da Vida e a Senhora dos Caminhos à Esquerda dos Orixás.
Também há referências de alguns de que se trata de uma Falange fundamentada no arquétipo criado a partir da ‘Bombogira’, Entidade do Culto de Angola que é muito oferendada nos caminhos e nas encruzilhadas, muito temida e respeitada na região africana onde é cultuada. Daí uma vertente, mormente referentes aos adeptos do Candomblé, adotarem o nome de ‘Pombogira’ ou ‘Bombo-Gira’.
Em outra interpretação, e baseando-se no fato de que a Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, alguns estudiosos procuraram obter informações sobre a simbologia do nome, para se verificar o que melhor se inserisse dentro do seu arquétipo. Nesse sentido, buscou-se nas palavras individualizadas o seu significado mais comum, sobrepujando que: ‘Pomba’ é um pássaro usado no passado para o correio (pombos-correios) e ‘Gira’ é movimento, caminhada, deslocamento, volta etc.
Portanto, interpretando-se o nome legitimamente brasileiro, assim como é a nossa Umbanda querida, entendemos que o melhor seria “Pomba-Gira” – a Mensageira dos Caminhos à Esquerda, que acolhe e socorre a todos os que se encontram perdidos ou desviados de seus caminhos evolutivos originais.
Em verdade, não há que se falar que um ou outro termo é errado ou é correto, pois ambos estão dentro do arquétipo a que se propõe. Veremos, em algumas Casas, o nome Pomba-Gira (ou Pombagira) e, em outras Pombo-Gira (ou Pombogira). Ambos estão corretos. Contudo, cada Casa adota a sua ritualística própria e, assim, cada Casa adota o modo como deverá ser chamada essa Linha de Trabalho, o que deve ser seguido e respeitado por todas as pessoas, tanto os médiuns, como os consulentes. Em nossa Casa religiosa, em que professamos a religião Umbanda, genuinamente brasileira, optamos por adotar a terminologia “Pomba-Gira”, a Entidade que abre os caminhos e para a qual não há porteiras fechadas e nem caminhos escuros, somente luz e compreensão na vida.
PONTOS CANTADOS/ FIRMAR O PONTO/ PUXAR O PONTO/ OGÃ/ CURIMBA
‘Pontos cantados’ – é a denominação que se dá à letra e melodia dos cânticos sagrados na Umbanda, que é diferente para cada Entidade. É como um mantra, é uma verdadeira prece evocativa, cantada, que tem por finalidade atrair as Entidades espirituais, tanto quando chegam ao Terreiro, como no momento de sua partida para o astral.
‘Firmar o ponto’ – é o momento de cantar coletivamente o ponto (cântico), determinado pela Entidade para conseguir uma concentração da corrente espiritual. O Ponto Firmado pode ser apenas cantado, como também riscado ou a combinação de ambos. Significa também o momento em que o Guia dá o seu ponto cantado e/ou riscado, como prova de sua identidade.
‘Puxar o ponto’ – significa iniciar um cântico, geralmente feito pelo Ogã.
‘Ogã’ – é o auxiliar nas sessões do terreiro, podendo ser um protetor de Terreiro ou o Chefe das Curimbas, ambos com o mesmo grau hierárquico.
‘Curimba’ – é a dança do Orixá ou Entidade no meio do Terreiro (nesse sentido, também chamado de ‘canjira’). Em outro sentido, é chamado o conjunto de instrumentos musicais do Terreiro, como: atabaques, tambores, agogôs, chocalhos etc., a curimba é a orquestra da Casa religiosa.
SARAVÁ
Em sua acepção mais comum, a palavra saravá assume o significado de “salve”, “viva” - é uma corruptela da palavra portuguesa “salvar”: os escravos africanos tinham dificuldades em executar a pronúncia correta, dizendo: “salavar”. Então, sob a influência da fonologia Banto (africana), passou-se a falar “Saravá”. Assim, o termo saravá é utilizado como uma saudação, no sentido de “Salve a sua força”.
Todavia, “saravá” não é tão somente um cumprimento de “salve, irmão”, mas é uma saudação altamente filosófica, metafísica e ainda de significado um tanto oculto pelo véu sagrado que encobre os habitantes de Gaia em relação aos fenômenos do Universo manifestados por Deus.
É bem divulgado, na atualidade, o fato de que todas as palavras possuem poder e, por isso, o Mestre Jesus sempre nos ensinava a manter a nossa boca fechada, pois a palavra (“o Verbo” - como Jesus dizia) é tanto capaz de tirar o humor de uma pessoa, como provocar o riso em outra, sendo que jamais nos é permitido trazer infelicidade às pessoas através de nossas palavras, jamais!
E a palavra “saravá” é um mantra, assim como “namastê”. Mantra é toda palavra ou frase especial que, vocalizada de maneira correta e específica a esse fim, produz certo fenômeno de imantação e desagregação, ou seja, são sons místicos ou sagrados que elevam o espírito.
“Namastê” é um mantra indiano que significa: o Deus que há em mim saúda o Deus que há em você. Em correlato sentido, a palavra “saravá” é um mantra umbandista que traz uma energia positiva a quem a entoa, no sentido de que “a força (movimento/reino) de Deus e da natureza estão comigo e contigo”, ou ainda “que o poder (é o poder que movimenta a Natureza) que existe em mim lhe proteja.” Esse termo quando pronunciado, movimenta estruturas energéticas que usam o campo cósmico para se expandirem vibracionalmente, movendo em si energias.
Segundo o professor Euri P. Gouveia, formado em Linguística Indo-Européia, o termo “saravá” encontra evidência em uma língua ancestral: tem a sua raiz no Sânscrito (língua mais antiga do grupo linguístico indo-europeu) que foi falada na Índia e, hoje, é língua morta (se bem que nos rituais do Hinduísmo, essa língua sagrada ainda é usada). No “SANSKRIT-ENGLISH DICTIONARY”, de Sir M. Monier-Williams, Oxford, London, foram encontradas quatro formas de escritas com sonância bem aproximada ao nosso saravá, a saber:
1. Sharavat = escudo ou proteção.
2. Sharáva = receptor; recipiente; vaso; aquele que recebe; receptáculo; o indivíduo que recebe um Espírito (médium – aparelho).
3. Sahaváh = possuir força; ser poderoso; forte; ter o poder do fogo.
4. Sahaváh = agir em conjunto; reunir-se, trabalhar em grupo; contrair ou assumir um compromisso ou uma missão.
Esclareça-se que é difícil expor na escrita a sonoridade de uma palavra em Sânscrito, o “sh” não se pronuncia como “x” – pois o “s” é proeminente e o “h” é levemente pronunciado em conjunto, após o “s”. Portanto, o “sha” seria pronunciado como se levemente tivesse um “h” no meio.
Agora podemos compreender melhor porque os Guias Espirituais ao pronunciarem o Saravá, o fazem de forma solene e com reverência, muitas vezes até curvando a cabeça: estão nos protegendo com os poderes da Mãe Terra (Gaia) e com os poderes de Deus! Saravá!